segunda-feira, 23 de abril de 2007

ÍNDICE BRASILEIRO DE INOVAÇÃO

Dia 24/05, será lançado o ranking das empresas brasileiras do setor de transformação (http://www.labjor.unicamp.br/ibi/).O Índice Brasil de Inovação se baseia nas informações da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (PINTEC-2003/IBGE) e da Pesquisa Industrial Anual (PIA-EMPRESA-2003), cedidas pelas empresas, e complementadas com dados sobre patenteamento fornecidos pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). O trabalho é uma iniciativa da revista Inovação Uniemp.


EMPREENDEDORISMO: FALTA INOVAÇÃO NA MAIORIA DAS FIRMAS BRASILEIRAS

A maioria das empresas nacionais com menos de 3,5 anos (52,7%) não são inovadoras, segundo o GEM (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR - http://www.gemconsortium.org/default.asp) 2006, um dos maiores estudos mundiais sobre emprendedorismo, que foi divulgado na última quarta-feira. A pesquisa, feita com 2.000 brasileiros, também mostra que, entre 2002 e 2006, 60,3% das firmas com mais de 42 meses não tinham potencial inovador -concorrentes ofereciam os mesmos itens, por exemplo. Menos de 1% das firmas obteve potencial máximo.

Folha de São Paulo 15/04/2007


A INOVAÇÃO É ETÉREA?

Um dos maiores mitos que cercam a inovação é que ela é imprevisível e seus resultados aleatórios. Pelo fato da inovação depender do INSIGHT, ou seja, do surgimento de idéias, ele deve ser considerada de caráter etéreo?

Vamos então analisar as outras possibilidades, como por exemplo o desenvolvimento científico de produtos. Vejamos o caso da indústria de medicamentos. Tudo se inicia com uma viagem de um pesquisador com a finalidade de coletar substâncias na natureza, tais como, venenos de animais e insetos, plantas utilizadas como remédios nas comunidades, entre outras coisas, todas que possam conter novos princípios ativos. Depois, no laboratório, após isolar cada princípio ativo, inicia-se um longo trabalho para combinar todos, um a um, dois a dois, etc., com as milhares de doenças existentes. Aqueles com resultados positivos serão alvos de exploração detalhada e, caso sejam aprovados, irão realizar a longa trilha de testes, muitas vezes superior a 10 anos, que se iniciam com experiências em cobaias e terminam nas prateleiras das farmácias. Neste processo, qual é o investimento necessário? Qual é a probabilidade de alcançar resultados que compensem o investimento?
Neste tipo de cenário, uma prática de inovação adotada pela Pfizer, a do compartilhamento de idéias e experiências, resultou em uma das maiores inovações dos últimos tempos, o Viagra, um medicamento pesquisado originalmente para tratamento vascular e que por apresentar um característico efeito colateral, foi alvo de interesse de outra equipe de pesquisa.Outro caso interessante para analisar é o da indústria de telefones celulares, que é um mercado muito maduro e extremamente competitivo. As duas líderes do mercado, Nokia e Motorola representam juntas quase 50% do mercado mundial e investem acima de 10% de seus respectivos faturamentos na Pesquisa & Desenvolvimento de produtos e tecnologia. Imaginem só o tamanho do desafio que é lançar um novo telefone celular para uma empresa sem qualquer experiência neste mercado. Pois foi o que a Apple fez com o lançamento do iPhone. O iPhone com o seu conceito inovador e preço previsto de US$ 500,00, menor que muitos SmartPhones sofisticados, promete revolucionar o mercado e dar um banho de usabilidade e praticidade além, é claro, de oferecer um elegante design, característico da marca (confira no link de vídeos de funcionamento do iPhone). Detalhe, além da Apple ser muitas vezes menor que a Nokia ou a Motorola, ela investe apenas 5% de seu faturamento em P & D. Qual é diferença da Apple? A Apple sempre encarou a inovação como previsível e sistematizável.

Um comentário:

Kako Moraes disse...

Desejo adicionar alguns pontos para reflexão.
A inovação no Brasil, como na maior parte dos países que privilegiam o modelo americano de gestão, tem uma série de barreiras e paradigmas a serem superados.
Em um bom número de organizações não existem "Sistemas de Sugestões" como um instrumento de incentivo e motivação à inovação.
A força de trabalho está à margem deste processo.
O exemplo Toyota ainda não despertou a atenção de nossos empresários.
Nossas empresas, em sua maioria, são imediatistas; têm foco nas grandes idéias, descartando as "pequenas idéias" sem uso imediato; as idéias que valem são aquelas oferecidas pelo pessoal de P&D (esquecem que os que melhor conhecem um trabalho são aqueles que o executam).
Recomendo aos interessados buscar inspiração na Brasilata S.A. (www.brasilata.com.br) que acaba de obter o maior IBI (12,57) dentre as empresas integrantes do ranking do Índice Brasileiro de Inovação. O "Sistema Brasilata de Sugestões" é uma das melhores referencias existentes em nosso mercado.
Abraços a todos.